quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PALAVRAS para quê?



Palavras, e mais palavras para quê? Perguntei a mim mesma? Não será o silêncio a melhor explicação para algumas palavras? Esse sim fica comigo. Esse explica o que é necessário explicar e que eu e só eu sei explicar. Tiraram-me todas as palavras. Foi um roubo. Não sei que dizer. Arrancaram-mas a ferros. Limparam-me a Almas das palavras mais nobres, mais doces, mais ricas…E lavaram-me ainda de palavras roucas, das palavras podres, sujas que por vezes não quero dizer. Só me resta escrever…

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mas que flores eram estas!

O dia estava chuvoso. O vento assobiava. As nuvens carregadas de energia tornavam-se escuras contribuindo para o cinzento dia, em que este dia se tinha transformado. Caminhava em direcção a casa para junto de ti dar por terminado este dia. O trânsito estava caótico. Resolvi mudar de direcção. Virei à esquerda consciente que não sabia onde iria conduzir-me aquela estreita rua. O trânsito obrigava-me a conduzir cautelosamente e devagar. Ouvindo a música que o rádio me oferecia ia direccionando o meu olhar, ora para um, ora para o outro lado daquela rua que aproveitava para conhecer. Ladeada por dois largos passeios, onde se erguiam as casa ali moradoras, umas mais baixas que outras, entretinha-me tentando imaginar quem nelas morava e sentia já o aconchego do lar e do final de um dia tão frio. Carros geometricamente alinhados uns atrás dos outros compunham esta rua que mostrava ter vida, vida em movimento. De repente ouvi uma sirene e o trânsito parou. Obedeci. Ali fiquei parada o tempo necessário. Quando me era permitido, avançava, metro a metro. Entregue aos meus pensamentos, que nestas ocasiões, naturalmente se vão misturando uns nos outros, sem poder dar-lhes ordem para parar, fui avançando. Novamente parada e como forma de lhes fugir, olhei para a direita e fiquei encantada. Naquela pequenina loja as flores alinhadas em pequenos baldes esguios, ordenadas por cores, faziam daquele pequeno espaço um encantador cenário de alegria. Avistei um envergonhado lugar para estacionar e sem pensar parei. Sai do carro sem sentir cair em mim a forte tromba de água que caía na cidade. Entrei e a um canto estava sentada uma velhinha vestida de negro, enrolada em si própria. Pronunciei um Olá e recebi um doce olhar carregado de uma triste ternura. Pedi que me preparasse um ramo, muito grande cheio de cor, onde o verde símbolo de esperança não devia faltar, dizendo-lhe que também deveria ter pelo menos uma flor igual a todas aquelas que ali se encontravam. Fiquei encantada a vê-la fazê-lo. Não sei o tempo que demorou, mas a mim pareceu-me um segundo. Perguntei o preço, paguei, sem saber até hoje quanto custou e foi daquelas mãos experientes de uma longa e experiente vida que o recebi. Deu-me um abraço e eu num impulso entreguei-lhe o ramo dizendo-lhe: É para ti! Regressei a casa. Quis lá voltar no dia seguinte mas não sabia onde era, nem aquela rua, nem aquela loja de flores. Hoje ainda a procuro...

Uma Mesa e cinco cadeiras

Entrei.A sala praticamente vazia não tinha qualquer calor. Estava frio. Olhei para as poucas mesas que a ornamentavam. Escolhi uma, não ao acaso. Queria, ficar, na frente. Queria sentir tudo de perto. O que se previa começar dentro de alguns momentos prometia um Encontro. E ali fiquei sorrindo, porque faço sempre questão de sorrir mesmo que a minha alma chore sem que, quem quer que seja, o possa sentir. De repente os sons da música que se iria ouvir, timidamente, começaram a tomar forma. Na minha frente um copo com um liquido transparente, incolor, ali foi deixado, para me fazer companhia e apagar o fogo que a sede sentida há já muito me acompanha. As luzes foram-se apagando, uma a uma, rápidamente com a intenção de formar um aconchego a todos que entretanto foram aparecendo. O som de alguns passos fizeram-se ouvir. Continuei indiferente, apurei o meu sentido auditivo para prestar atenção ao que ali me levara. Num repente, surpreendentemente, e, sem contar, senti uma presença conhecida. Que me era comum desde há muitos anos. O calor da tua presença tinha chegado. Sem olhar para trás tive a certeza que ali estavas. E o Encontro realizou-se. Estive bem. Fez-me bem. Não esquecerei mais uma noite que acabou por engrandecer esta vida que não posso adivinhar quando terá afinal o seu fim.
Que este não seja o nosso último encontro, já que de facto também ele não é o primeiro. Até sempre...

Cartas de Amor

Naquele dia acordei com o amargo sabor da falta de amor.
Após a noite bem dormida sentia a ausência deste sentimento que outrora me trouxe o calor de o sentir. Num relâmpago de inconsciência quis sentir-te mas não era possível. Já cá não estavas. Agarrei-me à almofada, como se através deste impulso tu pudesses voltar. Mas que confusão esta a de não te sentir. Fechei os olhos na tentativa de tornar a adormecer e sentir a sensação tantas vezes sentida da tua protecção. Quis zangar-me sem saber com quem. E assim acordei para viver mais um dia carregado da tua ausência.
O dia chegou ao fim, voltei a pousar a cabeça na almofada, minha companheira de todos os dias com a esperança de adormecendo para mais uma simples noite de descanso sentir o teu amor.
Sim porque poucos conseguem afinal viver sem amor. E foi então que disse para mim própria: Mas afinal que é o amor? Será que um dia receberei de presente a oportunidade de sentir o que é o amor? …
(Autor desconhecido)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Estou Aqui


Senti de repente aquela voz, doce e segura, que me falava sem Eu saber de onde vinha. Olhei para trás, para os lados e para a frente sem sequer me lembrar que também podia olhar para cima. E a voz insistia em chamar-me. Sabia o meu nome. Sabia quem Eu era. Falava comigo mostrando-me conhecer segredos que eu supunha só meus. Então senti uma luz, olhei para cima mas apenas pude ver uma nuvem naquela imensidão de céu que era agora azul. Azul celeste. A Cor que mais gosto - pensei. De imediato e sem pensar perguntei : Quem és? e a resposta não se fez esperar. Sou a Tua Alma. Fiquei onde estava. Parei de caminhar, parei de respirar e cheguei a temer que nem conseguia, sequer, ver. Abri os olhos o mais que pude até sentir dor. Mas que é isto afinal? Porque Eu apenas consigo ver uma nuvem! Interroguei-me novamente. E a voz tornou a falar: Estou, estive e estarei sempre contigo, por isso nunca te sintas só. E então pude sorrir... Afinal era verdade pois eu há muito desconfiava que Alguém me acompanhava, Só não sabia quem era!
Combinei novo encontro para amanhã à mesma hora. Fiquei feliz pois finalmente encontrei alguém que sabe quem sou realmente, o que sinto e o que quero.
(Esta história não é minha - foi-me contada pela minha Alma). Até já...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Preço de todas as coisas

Tudo tem um preço. Nos primórdios do mundo era assim. Tudo se pagou e tudo se paga. Hoje com dinheiro e inicialmente com géneros. Mas será que tudo o que se paga, paga pelo preço justo? Há coisas que não têm preço. Sem querer dramatizar verifico que o Homem teima em cobrar, cobrar as mais simples coisas como a amizade e o respeito. Fico triste confrontada com esta falta de sentir que é comum ao mais comum dos Homens...

sábado, 31 de julho de 2010

Sonho

Hoje sonhei com uma fada. Esta fada apresentava-se-me vestida de negro e a primeira pergunta que lhe consegui colocar foi um simples porquê? Esta foi a minha primeira pergunta ao seu sinal que me dava a mim direito a questionar. E ela calmamente respondeu-me: Porque perguntas Porquê? Porque, respondi esta é uma questão a que poucos sabem dar resposta. O meu porquê queria uma explicação para tudo o que sei que apenas alguém muito especial sabe responder. E a Fada ausentou-se do meu sonho, retirando-se conforme apareceu. Vestida de Negro. Apenas pude ler nas suas palavras sem voz - Voltarei. Aguarda que eu voltarei. Vou aguardar...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

SEM TITULO

Corri, corri muito até que, já cansada de tanto correr, resolvi caminhar… Descalça e despida da colecção de lembranças negativas que teimei em trazer sempre comigo. Deitei-as no primeiro ribeiro por onde passei e fiquei deliciada a vê-las irem rio abaixo.
Enquanto pude correr, nada pude apreciar… E foi com uma alegre surpresa que afinal percebi que era ao caminhar que podia, agora, sentir, ouvir, cheirar, tocar e saborear os diversos prazeres que a vida nos quer dar.
Por isso não esqueças que se abraçares com toda a força uma grande Senhora chamada “Calma” saberás então o que é aceitar resignada o que a vida tem no momento para te oferecer.
Não fiques nunca satisfeita… procura mais… pergunta muito mais…. Aceita e escuta com atenção toda a sabedoria que alguém ao teu lado te oferece.
Sê justa, honesta, coerente e amiga… Sorri e solta diariamente umas boas mas não menos estridentes gargalhadas e poderás talvez quem sabe contagiar alguém ao teu lado que nunca aprendeu a sorrir.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Silêncio

Que este silêncio que trago dentro de mim nunca acabe.,
Pois ele é o significado das minhas conversas comigo
Onde não podes entrar, onde não te é permitido saber,
A cor, a letra, as palavras que compõem a saudade e a tristeza
Que trago no meu coração que jamais água de lágrima salgada
conseguirá acalmar...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Porquê fingir

E que fazer quando a vida nos obriga a fingir aquilo que não somos e ocultar aquilo que pensamos? Difícil não?
Abraço para todos

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Saudade


E esta Saudade que teima em destruir a cor da minha Alma.
Alma outrora carregada de esperança, de sonho e de cor
Hoje rendida a esta saudade que anseio destruir
Sempre agarrada a um sorriso que sinto, já não consigo fingir,
E hoje estou triste ... porque afinal já não
sei sorrir e assim contrariar este sentir a que tantos chamam Saudade
que me quer destruir e pintar de escuro a Alma, que sempre gostou de Sorrir
Vou esperar que um vento, uma água, quem sabe uma lágrima
possa limpar toda esta saudade que teima em ficar.

Saudade, um sentimento comum e ninguém consegue definir (dor? tristeza? ausência? vazio? ... e muito mais haveria que dizer...)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Preconceitos


A frase - Nunca é tarde para abrirmos mão dos nossos preconceitos de Henry David Thoreau, deveria fazer pensar, nem que por um segundo fosse, qualquer um de Nós.
Infelizmente isto não acontece, e, o resultado é o sofrimento que causámos a todos os que nasceram diferentes. Mas será que ao não aceitarmos todos aqueles que diferentes são de nós, seja pela cor, pelo aspecto, pela personalidade, pela raça, pela religião, pelos ideais políticos, não estaremos a sem querer e sem saber rejeitar-nos e não nos aceitar-mos a nós próprios?
Num Mundo cada vez mais cruel este é um desafio que vos deixo. Experimentem a sensação de acarinhar alguém que se cruza convosco e que é diferente.

Henry David Thoreau, nasceu a 12 de Julho de 1817 e morreu a 6 de maio de 1862. Poeta, naturalista, activista anti-impostos, pesquisador, historiador, filósofo, e transcendentalista. Mais conhecido por seu livro Walden, uma reflexão sobre a vida simples cercada pela natureza.

domingo, 16 de maio de 2010

Eu queria ser como o vento!


Gostava de ser como o vento,
Sem cor, sem cheiro, sem forma
Poder levar e trazer, como só o vento sabe fazer,
Refrescar, secar, revolver,

Gostava de ser como o vento,
Ser, apenas ser,

sábado, 10 de abril de 2010

A Fé e os Peregrinos de Fátima


Ter Fé ( Fidelidade; Prova; Crença )
Esta definição de acordo com um dicionário que consultei não será com certeza suficiente para definir a Fé de cada um de nós. O significado que cada um tem para explicar a sua Fé é uma questão muito intima.
Somos confrontados diariamente com vários exemplos de Fé. A sua ausência demonstra que muito provavelmente não saberemos dialogar com a nossa alma. Para mim Ter Fé é também Acreditar. E quando acreditamos que conseguimos e nos propomos a cumprir um objectivo que impomos a nós próprios sabendo antecipadamente que será difícil, é também uma manifestação de Fé.
Vemos nesta época diversos grupos de peregrinos a iniciar a pé o caminho para Fátima. Caminho difícil de percorrer onde o sacrifício físico tem um peso muito forte.
Iniciar este caminho, percorrê-lo com todas as adversidades que o mesmo pode trazer e chegar ao fim de todas as etapas que lhe são impostas é uma manifestação de Fé de tão forte grandisiosidade que não pude deixar de prestar aqui como sentida Homenagem, Respeito e Admiração por todos aqueles que iniciam esta prova de Fé, num Mundo actual de tão difícil compreensão.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O brilho de um Espantalho



Fazia um passeio pelo interior da Vila de Custóias, inserida num grupo de 30 pessoas. O grupo partiu animado. Enquanto uns cantavam, outros conversavam, outros, ainda, caminhavam em silêncio. Entregue aos meus pensamentos, mas atenta a todos os pormenores,que o passeio me oferecia, observava com interesse tudo e todos os que me rodeavam. Observar as pessoas que me rodeiam adivinhar o sentir e significado das suas expressões, palavras, comportamentos sempre me seduziu.
De repente senti o meu olhar mudar de direcção. Um íman, sentia eu, assim puxava e punha em alerta total o exército de músculos,veias,artérias, nervos e sei lá que mais que comandam o olhar de todos nós. Obedeci. Deixei-me levar pois tive curiosidade em saber com que iria então ser confrontada.
Fiquei surpresa. Imaginei, no breve minuto, em que todas estas sensações tinham marcado encontro comigo, que iria cruzar-me com alguém que me observava. Tínhamos entrado numa zona menos citadina, a que outrora poderíamos chamar rural mas que agora já nem rural era, mas sim um misto de habitações chamadas prédios urbanos inseridas num conjunto de campos de cultivo sobreviventes à mudança. Foi então que pousei e fixei o olhar no espantalho que elegantemente se mostrava capaz de cumprir a sua tarefa. E apesar de agora ser apenas parte do que no passado fora, sorria com personalidade talvez querendo em silêncio dizer : Estou Só, despido do brilho de outrora, sem braços que me acarinhem, já não durmo aconchegada e enrolada nos braços daquela criança a quem fui oferecida no Natal. Agora sou Espantalho, já não sou Boneca mas continuo a ter Orgulho de Mim.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Aquele Olhar



Estou perdida… disse-me.
Por momentos não soube o que responder a alguém que com uma calma carregada de uma passividade sem limites me deixava mais uma vez, perplexa e sem resposta.
Este foi mais um dos muitos encontros com que me tenho confrontado.
A noite escura não deixava e não deixou por breves momentos que a minha mente entrasse no exercício do raciocínio a que estou habituada sempre que sou confrontada com alguém desconhecido que numa simples palavra apenas me pede – ajuda.
Ajuda para partilhar um momento. Momento que esse Alguém escolhe num desconhecido para apagar a solidão.
Solidão que apenas conhece aquele que apenas tem a solidão, o desprezo e a marginalização que a rua traz aqueles que caíram no destino de ter a rua e a marginalização por companhia.
Pensem sempre que se um desconhecido vos confronta no meio da solidão é porque precisa de ajuda, de uma simples palavra ou até apenas de um Olá, um sorriso…

domingo, 14 de março de 2010

Interrogação - O Outro EU


Tantas e tantas interrogações -
a toda a hora, a todo o instante,
Medos, desejos, sonhos
Sobre o que quero, o que sinto,
Fazem de mim um ser insatisfeito? Ou pelo contrário
Levam-me à procura do Eu, que teimosamente e carregado
de tanta rebeldia, faz questão de me mostrar que esse meu Eu interior
Não Morre, Não me abandonará e Nunca me deixará.
E é mais uma vez neste meu desespero, que nem eu sei porquê, por quem, ou
sei lá pelo que Mais, me faz agarrar à vida e tentar procurar, gritando:
Quem és tu? -Outro Eu? onde Estás? Onde te Escondes?
Deixa-me agarrar-te, mesmo que seja quando e apenas tu quiseres -
Para então haver Festa. Sim porque nunca se fez Festa, do Encontro de dois "Eu's" que vivem, moram e nasceram no mesmo sitio.- Sitio? Corpo? Mente? Alma?
Não sei - já fiz a minha mala carregada de emoções e outras coisas mais.
Agora estou pronta - Toma cuidado - Vou encontrar-te
E prometo acarinhar-te sejas tu azul, amarelo ou mesmo NEGRO.
Até Breve - Outro EU

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Amor e Ódio - Completam-se? Digam-me Vocês


Já amei, já odiei. Já nada me resta sentir. Estes que são dois dos sentimentos mais fortes que fazem parte da vida de cada ser, racional ou irracional.
Sim porque os animais também odeiam, a diferença está em que não sabem explicar ou antes “falar” porquê.
E nós Humanos sabemos? Será que o facto de emitirmos um som mais complexo a voz, que fomos desenvolvendo ao longo dos anos e que formos temperando com palavras, verbos, pronomes, interjeições, substantivos, adjectivos e muitas outras personagens a quem fomos dando nome.
Teria muitos caminhos, muitas formas para falar sobre o amor e o ódio que já senti. Por alguém? Por um objecto? – Só eu sei. Resta-me atormentar a minha alma com uma pergunta sem resposta: Que sentimento devo agora procurar? E porque quero Eu procurar mais sentimentos, se ainda estou carregada de alguns por resolver?
Resta-me aguardar e esperar que todos aqueles com quem me cruzarei daqui para a frente me possam fazer sentir o que procuro e ansiosamente quero descobrir. Que sinto Eu? – Amor ou Ódio?
Fiquem bem. Sintam o sorriso que vos entrego, sem preço algum, apenas com estas simples palavras…