Por vezes não nos apercebemos como somos reféns do tempo. Tempo para amar, observar, beijar, rir, chorar, brincar, estudar, ouvir um pouco de música, conversar... Tantas coisas queremos fazer que ficamos impotentes a ver o tempo esgotar-se sem conseguirmos realizar tudo o que desejaríamos começar, acompanhar, terminar.
Quero lutar contra esta dependência clara e real que tenho com esta personagem que pertence a todos nós- A falta de tempo.
Inesperadamente sinto um arrepio cuja missão é dar-me luz para resolver esta pesada questão que tem como personagem principal o tempo.
É a altura certa para procurar significados para esta palavra que entra no nosso vocabulário, diariamente. Mais uma vez reparo que não tenho o tempo necessário, para contar as vezes que pronuncio esta pequena palavra e que me lamento por não ter todo o tempo que queria.
Fico parada à procura de uma solução para esta questão que me atormenta. O tempo pode ser um tempo longínquo, um tempo que ainda vem a caminho, um tempo que já passou. Importante é tomar consciência que ele não pára, não espera por nada nem ninguém e não olha para trás. Penso então agora no tempo como algo que resolve, que ensina, que ajuda a recordar e a reflectir. E de repente sinto que o agarro pois, não quero mais, desperdiçá-lo e carregada de tamanha sofreguidão que me causa tão grande receio agarro o tempo pois só agora descobri que não voltarei a ter, o tempo que já deixei passar, que já perdi. Então arranjo tempo para um encontro comigo mesma e tomo uma decisão :Vou ter que arranjar tempo para dedicar ao meu tempo.Como? Assim, simplesmente assim: Não penso demasiado no que já passou, faço o balanço do que perdi e não posso recuperar e é com todas as minhas forças que parto à aventura esmagando com todas as minhas forças as contrariedades que foram aparecendo no meu caminho que me retirem o sabor de ter e aproveitar o tempo que ainda tenho e que falará um dia por mim e de mim.
Não quero acordar, assustar e fazer zangar o limite de tempo que me foi destinado. Vou entregar, dedicar, repartir o stock de tempo que me resta, por todos os que estimo e me dão o calor que preciso. Não adiarei por mais tempo o Tempo.
Um abraço para ti, Senhor Tempo!