sábado, 10 de abril de 2010

A Fé e os Peregrinos de Fátima


Ter Fé ( Fidelidade; Prova; Crença )
Esta definição de acordo com um dicionário que consultei não será com certeza suficiente para definir a Fé de cada um de nós. O significado que cada um tem para explicar a sua Fé é uma questão muito intima.
Somos confrontados diariamente com vários exemplos de Fé. A sua ausência demonstra que muito provavelmente não saberemos dialogar com a nossa alma. Para mim Ter Fé é também Acreditar. E quando acreditamos que conseguimos e nos propomos a cumprir um objectivo que impomos a nós próprios sabendo antecipadamente que será difícil, é também uma manifestação de Fé.
Vemos nesta época diversos grupos de peregrinos a iniciar a pé o caminho para Fátima. Caminho difícil de percorrer onde o sacrifício físico tem um peso muito forte.
Iniciar este caminho, percorrê-lo com todas as adversidades que o mesmo pode trazer e chegar ao fim de todas as etapas que lhe são impostas é uma manifestação de Fé de tão forte grandisiosidade que não pude deixar de prestar aqui como sentida Homenagem, Respeito e Admiração por todos aqueles que iniciam esta prova de Fé, num Mundo actual de tão difícil compreensão.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O brilho de um Espantalho



Fazia um passeio pelo interior da Vila de Custóias, inserida num grupo de 30 pessoas. O grupo partiu animado. Enquanto uns cantavam, outros conversavam, outros, ainda, caminhavam em silêncio. Entregue aos meus pensamentos, mas atenta a todos os pormenores,que o passeio me oferecia, observava com interesse tudo e todos os que me rodeavam. Observar as pessoas que me rodeiam adivinhar o sentir e significado das suas expressões, palavras, comportamentos sempre me seduziu.
De repente senti o meu olhar mudar de direcção. Um íman, sentia eu, assim puxava e punha em alerta total o exército de músculos,veias,artérias, nervos e sei lá que mais que comandam o olhar de todos nós. Obedeci. Deixei-me levar pois tive curiosidade em saber com que iria então ser confrontada.
Fiquei surpresa. Imaginei, no breve minuto, em que todas estas sensações tinham marcado encontro comigo, que iria cruzar-me com alguém que me observava. Tínhamos entrado numa zona menos citadina, a que outrora poderíamos chamar rural mas que agora já nem rural era, mas sim um misto de habitações chamadas prédios urbanos inseridas num conjunto de campos de cultivo sobreviventes à mudança. Foi então que pousei e fixei o olhar no espantalho que elegantemente se mostrava capaz de cumprir a sua tarefa. E apesar de agora ser apenas parte do que no passado fora, sorria com personalidade talvez querendo em silêncio dizer : Estou Só, despido do brilho de outrora, sem braços que me acarinhem, já não durmo aconchegada e enrolada nos braços daquela criança a quem fui oferecida no Natal. Agora sou Espantalho, já não sou Boneca mas continuo a ter Orgulho de Mim.