domingo, 30 de agosto de 2009

Solidão ou Desilusão

Sinto-me só.

Neste momento e só até acabar este segundo
Porém uma força se apodera de mim
Que me fala baixinho, tão baixinho que só Eu posso ouvir

Pára e vai à luta, combater essa solidão

Olho á minha volta
Vejo-me rodeada de pessoas e coisas
E Eu quem sou? O que quero? Para onde vou?
Ninguém sabe dar-me o que preciso
E digo para mim: Mas afinal... que é isto... Eu gosto de estar só...
E pergunto-me: Que sinto?

Será solidão ou desilusão...

Perfume de um Anjo

Na hora de deitar, nada estava previsto. Porém poucas horas passadas algo de inesperado me fez acordar. Um ruído estranho informava-me e transmitia-me a sensação de que alguém caminhava na minha casa. De olhos semicerrados, pela tensão da falta de descanso mas de ouvidos atentos algo me impelia fortemente para estar acordada. Escutando e imaginando fui sentindo. Uma presença estranha mas não desconhecida. A diferença estava na forma como podia ou não visualizá-la. Inesperadamente, tão inesperadamente como acordei naquele instante um cheiro intenso a perfume, outra vez desconhecido, chegou e activou o um dos meus cinco sentidos. E assim permaneci, quieta, atenta, curiosa. Quis levantar-me, seguir o instinto mas não fui capaz. Não porque o não desejasse mas apenas porque “Alguém” me mantinha presa à cama onde ao deitar-me pensei só acordar na hora do despertador tocar.

Não esqueci a sensação de conhecer “Alguém” que só pode ser um Anjo. Este “Sentir” fez da noite de 26 de Agosto de 2009 uma noite que não esquecerei. Estarei aqui sempre que me quiseres visitar.

sábado, 22 de agosto de 2009

Se tu podes impor a calma, quando aqueles
Que estão ao pé de ti a perdem, censurando
A tua teimosia nobre de a manter,
Se sabes aguardar sem ruga e sem cansaço,
Privar com Reis continuando simples,
E na calunia não recorres à infâmia
Para com arma igual e sem fúria responder,
- Mas aparentar bondade em demasia
Nem presumir de sábio ou pretender
Manifestar excesso de ousadia, -
Se o sonho não fizer de ti um escravo
E a luz do pensamento não andar
Contigo num domínio exagerado,
Se encaras o triunfo ou a derrota
Serenamente, firme, e reforçado
Na coragem que é necessário ter
Para ver a verdade atraiçoada,
Caluniada, espezinhada, e ainda
Os nossos ideais por terra, - mas ergue-los
De novo em mais profundos alicerces
E proclamar com alma essa Verdade!,
Se perdes tudo quanto amealhaste
E voltas ao principio sem um ai,
Um lamento, uma lágrima, e sorrindo
Te debruçares sobre o coração
Unindo contra reservas à Vontade
Que quer continuar, e prosseguindo
Chegar ao infinito da razão,
Se a multidão te ouvir entusiasmada
E a virtude ficar no seu lugar,
Se amigos e inimigos não conseguem
Ofender-te, e se quantos te procuram
Para contar com o teu esforço não contarem
Uns mais do que outros, - mas olha-os por igual!,
Se podes preencher esse minuto
Com sessenta segundos de existência
No caminho da vida percorrido
Embora essa existência seja dura
à força das tormentas que a consomem,
Bendita a tua essência, a tua origem,
- O mundo será teu,
E tu serás um Homem!

Rudyard Kipling