domingo, 5 de junho de 2011

Acordar ao Domingo


Acabo de acordar. É um domingo de manhã. Lá fora a calma, o silêncio de uma cidade que dentro de minutos acorda. Os sons que me entram pela janela são neste momento o dos passarinhos que piando de alegria descem aos jardins, vazios dos rivais humanos, para recolher algum alimento, já que durante o resto do dia, não lhes é permitido recolher as migalhas, restos de arroz e de outras coisas que são sacudidas das toalhas pela janela fora, após um grandioso manjar aos olhos dessas pequenas criaturas. É tempo agora para elas, de recolher parte da sua sobrevivência. Por isso piam de alegria, satisfação e agradecimento.
Dentro de casa a família dorme e o silêncio deixa-me pegar nesta folha de papel brincando a este jogo de palavras. Não sei quantos milhares como eu podem desfrutar deste silêncio que me faz tão bem e que sofregamente aproveito. Não quero deixá-lo mas vou ter que o fazer. É preciso começar as tarefas normais de um dia em família. Por mim ficaria aqui o restante dia dando largas à imaginação do meu pensamento que me leva de volta a quem já perdi, que me deixa sonhar com quem quero encontrar um dia, que me faz viajar para perto e longe, lugares que quero um dia visitar, pensar em discursos que um dia quero fazer ouvir, encontros que me darão felicidade, enfim projectos que me darão um dia “vida” outra vez, diferente de todas as outras que já vivi.
(entenda-se por “vida” segundos desta vida que ainda terei com certeza pela frente)

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